O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse nesta quarta-feira que forças do governo vão, unilateralmente cessar-fogo para permitir que separatistas pró-Rússia no leste do país tenham uma chance de baixar suas armas ou deixar o país.

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O plano de Poroshenko, anunciado após conversas com líderes da Rússia e da Alemanha, tem como objetivo encerrar os dois meses de combates nas províncias do leste do país, a região mais industrializada da Ucrânia. A medida pode também ajudar a aliviar a pior crise entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria, iniciada com a anexação russa da Crimeia, após a queda do ex-presidente ucraniano que tinha fortes ligações com a Rússia.

O Kremlin disse que o presidente russo Vladimir Putin discutiu um possível cessar-fogo durante conversa telefônica com Poroshenko na noite de terça-feira. Já o escritório de Poroshenko informou que ele também discutiu seu plano de paz com a chanceler alemã Angela Merkel.

“O plano vai começar com minha ordem para um cessar-fogo unilateral”, disse Poroshenko aos jornalistas em Kiev. “Eu posso dizer que o período de cessar-fogo será bastante curto. Nós prevemos que, imediatamente após isso, o desarmamento de formações militares ilegais será realizado.”

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Ele disse que aqueles que baixarem suas armas e não tiverem cometido crimes graves receberão anistia e que haverá patrulhas conjuntas contra saqueadores e outros criminosos.

Poroshenko não disse quando o cessar-fogo será declarado, mas o ministro da Defesa do país, Mykhailo Koval, foi citado afirmando que a medida pode começar “literalmente em alguns dias”.

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Existem dúvidas se os separatistas respeitarão o cessar-fogo e se a Rússia realmente deseja a adoção da medida ou tem a capacidade de persuadir os rebeldes a respeitar a ação.

A Rússia nega as acusações ucranianas e ocidentais de que estaria fomentando a insurgência no leste da Ucrânia com o envio de tropas e armas. O governo russo afirma que os cidadãos de seu país que estão nas fileiras rebeldes são voluntários.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse em Baku, no Azerbaijão, que qualquer cessar-fogo deve ser “abrangente” e não pode ser temporário. Porém, ele disse que a medida for seguida por negociações, “pode ser o passo que o presidente Poroshenko prometeu e que todos nós estamos esperando”. Fonte: Associated Press.