Michel Djotodia, o líder rebelde que tomou o controle da República Centro-Africana em março de 2013, concordou nesta sexta-feira em deixar o poder, juntamente com seu primeiro-ministro.

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A pressão para que Djotodia deixasse o comando do país vinha aumentado nos últimos tempos. A renúncia deve ajudar a aplacar a ação das milícia armadas que têm usado a violência para tentar derrubá-lo. Por outro lado, sua saída pode criar um vácuo de poder ainda maior no país que tem longo histórico de golpes e ditaduras.

Ahmat Allami, secretário-geral da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, na sigla em inglês), fez o anúncio após uma reunião de cúpula sobre a crise realizada o vizinho Chade. O Legislativo da República Centro-Africana foi enviado para a capital do Chade na quinta-feira, para participar das discussões.

A saída de Djotodia deixa o país nas mãos de um fraco governo de transição. O primeiro-ministro Nicolas Tiangaye, antigo líder opositor antes do golpe de março de 2013, também decidiu deixar o cargo, disse Allami.

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A República Centro-Africana é um dos países mais instáveis do mundo. O golpe de março de 2013 levou ao poder rebeldes fortemente armados que passaram a cometer atrocidades contra os civis.

Os rebeldes são, em sua maioria, integrantes da minoria muçulmana do marginalizado norte do país. O ressentimento em relação aos abusos deu um conotação religiosa ao conflito.

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No início de dezembro, uma milícia cristã, apoiada por homens leais a François Bozize, o presidente deposto, atacaram a capital. Durante os episódios de violência que se seguiram ao ataque, mais de 1.000 pessoas foram mortas e cerca de 1 milhão fugiram de suas casas. Por volta de 100 mil buscaram abrigo no aeroporto, que é guardado pelas tropas francesas.

A França, país do qual a República Centro-Africana foi colônia, enviou 1.600 militares para o país com o objetivo de estabilizar a região. Uma forma de paz africana forneceu outros milhares de soldados, mas a violência continua na capital, Bangui. Muçulmanos suspeitos de colaborar com a rebelião de Djotodia têm sido apedrejados até a morte nas ruas e seus corpos têm sido mutilados. Fonte: Associated Press.