O Sudão quer o apoio de países sul-americanos, em especial do Brasil, para “derrotar o colonialismo que quer fazer com que nossos cidadãos continuem oprimidos”. As declarações são do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, em entrevista exclusiva, por e-mail, ao jornal O Estado de S. Paulo. “As relações entre Brasil e Sudão se desenvolveram muito em diversos campos, especialmente no comércio, economia e política”, afirmou.

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Bashir, que desembarcou no domingo em Doha para a cúpula da Liga Árabe, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra em Darfur. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a guerra iniciada em 2003 já deixou 300 mil mortos. “Precisamos enfrentar isso para proteger nossa segurança, paz e salvar nosso povo, especialmente porque essas organizações armadas que lideram a revolução estavam atacando as propriedades privadas, instituições governamentais e cidadãos sudaneses”, disse.

Na primeira entrevista a um jornal estrangeiro desde seu indiciamento, no dia 4, porém, ele não deu respostas a várias perguntas. Numa delas, o jornal O Estado de S. Paulo questionou se ele tem a consciência tranquila. Sorridente e desafiador, Bashir chegou ontem a Doha para a cúpula dos países árabes e encontros com os presidentes sul-americanos.

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