Presidente do Paraguai renuncia para assumir vaga no Senado

O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, apresentou nesta segunda-feira (23) sua renúncia ao cargo. A intenção dele é assumir como senador na terça-feira da semana que vem. No entanto, setores da oposição tentarão impedir na terça-feira no Parlamento a aprovação da renúncia de Duarte, de forma a impossibilitar sua posse como senador, cargo para o qual foi eleito nas urnas em março.

Analistas indicam que a votação no Congresso Nacional será acirrada. Embora conte com votos suficientes na Câmara de Deputados, sua renúncia poderia ser barrada no Senado.

A renúncia de Duarte era esperada desde abril, quando – após as eleições presidenciais do dia 27 de março – o presidente confirmou que deixaria o posto antes da posse de Fernando Lugo, o líder opositor vitorioso nas urnas. A renúncia antecipada de Duarte era necessária para ele poder assumir o posto de senador na semana que vem, no dia 1º de julho. A lei proíbe que uma pessoa possa ter dois cargos públicos simultaneamente.

Na categoria de ex-presidente, Duarte, tal como estipula a Constituição paraguaia, poderia assumir – sem necessidade alguma de passar pelas urnas – como senador vitalício quando entregasse o poder no dia 15 de agosto.

Mas, como vitalício, seu poder seria restrito. Ele teria direito à voz no Senado, mas não a voto. Para Duarte, que ambiciona continuar influenciando a política paraguaia, era mais conveniente ser senador eleito, posto que conta com totais direitos de voz e voto. Sua intenção, afirmam os analistas, é tornar-se o líder da oposição ao governo Lugo. Mas os partidos do novo governo pretendem colocar à pique essas ambições.

"Entregamos o governo com uma economia em franca expansão, muito diferente da bancarrota em que encontramos o país quando tomei posse", disse nesta segunda-feira Duarte em seu discurso em rede nacional de TV ao se despedir do cargo. Segundo ele, "o combate à pobreza será o principal desafio do próximo governo".

Fernando Lugo, um ex-bispo eleito presidente em março, sem experiência administrativa, tomará posse no dia 15 de agosto. Sua coalizão, a Aliança Patriótica pela Mudança (APC), uma colcha de retalhos que reúne socialistas, comunistas, organizações de sem-terra, indígenas e conservadores, derrotou a hegemonia do Partido Colorado, que esteve no poder de forma ininterrupta desde 1947.

Com a saída de Duarte, o Paraguai será representado na Cúpula do Mercosul pelo novo presidente, Francisco Oviedo, que era o vice-presidente até esta segunda-feira. Lugo, presidente eleito, é o convidado especial do encontro presidencial, que será realizado nos dias 30 de junho e 1º de julho na cidade de Tucumán, no norte da Argentina.

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