Presidente do Iêmen nomeia vice, para fortalecer governo em meio a confrontos

O presidente do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi, que fugiu do país diante do avanço dos rebeldes no mês passado, nomeou seu ex-primeiro-ministro Khaled Bahah como vice-presidente, em uma medida voltada para fortalecer o Executivo iemenita, segundo uma autoridade próxima do próprio Hadi.

Os rebeldes xiitas, chamados houthis, vinham exigindo em vez disso a formação de um conselho presidencial. Junto com as unidades militares aliadas ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, os rebeldes controlam a capital, Sanaa, e boa parte do norte do país, tendo avançado mesmo diante de duas semanas de ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita.

Um porta-voz houthi, Mohammed Abdel Salam, criticou a nomeação de Bahah em declarações feitas em um canal de TV partidário dos rebeldes. Segundo o porta-voz, o grupo houthi não reconhece as decisões promulgadas por Hadi. Salam disse que qualquer questão relativa à política do país deve ser decidida através do diálogo dentro do próprio Iêmen.

O enviado especial das Nações Unidas para o Iêmen, Jamal Benomar, tem pedido às partes em conflito que cheguem a um acordo. Saleh pediu um diálogo mediado pela ONU.

Hadi fugiu da capital mais cedo neste ano, após os houthis determinarem que ele ficasse em prisão domiciliar, e estabeleceu uma capital temporária do país na cidade portuária de Áden, no sul iemenita. Posteriormente, Hadi refugiou-se na Arábia Saudita, conforme os rebeldes e seus aliados se aproximavam de Áden, onde há agora intensos confrontos.

Bahah está atualmente visitando a Arábia Saudita. Ele já foi embaixador do Iêmen na ONU, antes de ser nomeado premiê.

No domingo, o ministro das Relações Exteriores saudita recusou-se a atender aos pedidos do Irã para que fossem interrompidos os ataques aéreos. Teerã apoia os houthis, também xiitas como os iranianos, mas o governo iraniano e os próprios rebeldes negam que o Irã envie armas aos aliados.

O príncipe saudita al-Faisal disse que seu país não está em guerra com o Irã, mas acusou Teerã de impulsionar o ciclo de violência no Iêmen. Riad e Teerã são rivais regionais há tempos e também estão em lados opostos na guerra civil síria.

Em artigo no “The New York Times”, Hadi qualificou no domingo os houthis “fantoches do governo iraniano”. Segundo ele, caso os rebeldes não se retirem, abandonem suas armas e passem a negociar, os ataques sauditas continuarão. Hadi pediu apoio internacional à campanha militar e advertiu que os estoques de petróleo que passam pelo Mar Vermelho estarão sob ameaça, caso os houthis não sejam controlados.

Um porta-voz militar saudita, Ahmed Asiri, disse no domingo que ataques aéreos atingiram um aeroporto no bastião houthi de Saada, bem como áreas usadas pelos houthis e seus aliados em Shabwa, Sanaa, Taiz e Áden. O porta-voz acrescentou que o governo está coordenando suas ações com algumas tribos no Iêmen.

As forças de segurança iemenitas disseram, pedindo anonimato, que os ataques aéreos no domingo na província de Marib, no centro-norte do país e rica em petróleo e gás, atingiu grupos houthis e também combatentes aliados. Fonte: Associated Press

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