O presidente do Equador, o esquerdista Lenín Moreno, retirou nesta quinta-feira todas as funções do vice, Jorge Glas, que é suspeito de estar envolvido com o esquema de corrupção da Odebrecht.
A decisão ocorreu por meio de decreto, logo depois que vieram a público as supostas provas de corrupção de Glas com a Odebrecht e de uma carta dele negando as acusações.
No decreto, o presidente argumentou que “a lealdade com o compromisso assumido pelo projeto político (…) implica servir à pátria em unidade de esforços, unidade com o qual a qual não pode ser notada nas atitudes do vice-presidente da República”.
O ex-presidente Rafael Correa, líder da Alianza País da qual Moreno e Glas fazem parte, reajiu imediatamente no Twitter em defesa do vice-presidente. “Ups! O ‘diálogo’ somente tem sido para os que odeiam a Revolução! Adiante, Jorge. Tome isso como uma condecoração”, escreveu.
Na quarta-feira, o procurador-geral do Equador, Carlo Baca, afirmou que a Odebrecht pagou muito mais que os 33,5 milhões em subornos que seus executivos admitiram ter entregue a funcionários públicos equatorianos em troca de licitações de obras públicas e que Glas seria um dos responsáveis pelo esquema.
Em relatório a consultoria de risco político Eurásia avalia que a ruptura entre Correa e Moreno era inevitável, mas que ela tem ocorrido mais rápido que o previsto.
“O setor privado local, provavelmente vai ver qualquer ruptura explícita entre as duas figuras como um sinal positivo, especialmente num contexto em que eles são encorajados por conversações em curso com o governo”, complementou a consultoria, em nota enviada a clientes. Fonte: Associated Press.