O presidente do Egito, Hosni Mubarak, realizará uma cirurgia de vesícula biliar em um hospital na Alemanha e delegou, temporariamente, o poder ao primeiro-ministro, Ahmed Nazif, neste sábado, segundo informações da agência de notícias estatal egípcia. O presidente de 81 anos fará a operação neste sábado, depois que testes realizados em um hospital da cidade alemã de Heidelberg diagnosticaram “uma severa inflação em sua vesícula biliar”. Mubarak decretou que o primeiro-ministro assuma os poderes presidenciais enquanto ele se encontrar fora do país.
O mandato de Mubarak termina no próximo ano e incertezas sobre sua saúde têm gerado muita especulação sobre a liderança da nação mais populosa do mundo árabe. O Egito é um país aliado aos EUA e exerce um papel importante nas negociações de paz no Oriente Médio e no combate à atuação das milícias islâmicas.
Nos últimos meses, Mubarak tem dado sinais de saúde frágil e mostrou-se pálido em várias aparições públicas. Durante uma visita à Itália, em julho, ele foi fotografado subindo degraus com ajuda de uma outra pessoa.
Em 2003, Mubarak desmaiou durante um discurso no Parlamento. O governo atribuiu o incidente a uma combinação de medicamentos para a gripe com o jejum durante o mês sagrado do Ramadan. No ano seguinte, Mubarak passou por uma pequena cirurgia também na Alemanha.
Mas as discussões sobre o estado de saúde de Mubarak são, normalmente, patrulhadas pelo duradouro regime governante. Em 2006, um editor de uma publicação foi sentenciado a seis meses de prisão após publicar matéria sobre rumores em torno da saúde do governante. Posteriormente, Mubarak perdoou o jornalista. O líder egípcio continuou viajando ao exterior e pelas províncias do país. Na quinta-feira, ele se encontrou com a chanceler alemã Angela Merkel.
Desde que assumiu o poder em 1981, Mubarak não nomeou um sucessor e nunca teve um vice-presidente, mas acredita-se que ele deve escolher seu filho Gamal para sucedê-lo. Alguns líderes do governante Partido Nacional Democrático sugeriram que Mubarak tentasse se reeleger no próximo ano.