Presidente desiste de destituir procurador

O presidente do Egito, Mohammed Mursi, desistiu hoje de destituir o procurador-geral Abdelmeguid Mahmoud, responsável pela absolvição de funcionários do regime de Hosni Mubarak, na última quarta.

A atitude gerou uma manifestação de milhares de militantes islâmicos, pedindo ontem a saída do magistrado. O protesto terminou em uma confusão com um grupo de liberais opositores a Mursi, que deixou cerca de 110 feridos.

Em entrevista coletiva, o vice-presidente Mahmoud Mekki explicou que o presidente tomou a decisão depois que o Conselho Supremo de Justiça solicitou que o procurador continuasse no cargo.

“Preservar o Poder Judiciário, da mesma forma que os outros poderes do Estado, é um objetivo fundamental e o presidente da República trabalha para salvaguardar a Justiça”, disse Mekki.

Ele disse que a decisão foi inicialmente tomada para evitar protestos violentos da população e negou que Mursi quisesse interferir no Judiciário.

O mandatário egípcio destituiu Mahmoud na quinta, um dia após integrantes do regime do ex-ditador Hosni Mubarak serem absolvidos na Justiça. O procurador-geral foi escolhido ainda na época em que Mubarak governava o país.

No entanto, o magistrado não aceitou a demissão, lembrando que a lei determina que o chefe de Estado é proibido de retirar o procurador-geral, salvo em caso de aposentadoria ou pedido de demissão.

Mesmo com a destituição, Mahmoud foi trabalhar hoje, primeiro dia útil após a decisão de Mursi e recebeu o apoio de centenas de juízes do país. Após o recuo do presidente, o procurador disse que “um mal entendido foi resolvido”.

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