Os eleitores portugueses reelegeram o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, de 71 anos, membro do principal partido da oposição, o Social Democrata, de acordo com os dados oficiais.
Silva recebeu 53% dos votos, enquanto o segundo colocado, o candidato Manuel Alegre, do Partido Socialista, conquistou 20%. O comparecimento às urnas, no entanto, foi baixo, visto que a taxa de abstenção ficou entre 47% e 51,2%, de acordo com a rede de notícias SIC.
A eleição do presidente de Portugal ocorre em meio a um período de crise no país, que sofre com a falta de confiança dos investidores estrangeiros nas dívidas de economias pequenas e altamente endividadas da zona do euro.
Para combater esse sentimento, o governo português adotou uma série de medidas para conter os gastos públicos e que não foram bem recebidas pela população.
Em Portugal, o presidente não possui poderes executivos, mas pode dissolver o parlamento e convocar uma eleição geral se perceber que o país está seguindo um rumo incorreto.
Durante a campanha, Silva disse que Portugal ainda enfrenta a possibilidade de uma “crise grave”, tanto em termos econômicos quanto políticos, e disse que estaria preparado para agir como instrumento de último recurso numa situação crítica.
Posteriormente, Silva disse possuir “pouco apetite” por uma dissolução do parlamento e afirmou que buscaria a estabilidade de Portugal. Analistas políticos, no entanto, ainda veem essa ameaça como algo concreto.
O presidente eleito hoje só poderá dissolver o parlamento a partir de 9 de março, já que não pode exercer sua autoridade antes desse período por lei. O processo de desmonte e de convocação de uma nova eleição também pode levar vários meses, indicando que qualquer mudança no governo não seria finalizada antes de meados deste ano.
O parlamento de Portugal é comandado pelo governo de minoria do Partido Socialista, liderado pelo primeiro-ministro José Sócrates. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.