O presidente da Síria, Bashar Assad, ratificou o fim do estado de emergência que vigorou no país nos últimos 50 anos. O movimento é uma formalidade, depois de o governo ter abolido o estado de emergência há dois dias. Assad está tentando acalmar os manifestantes contrários a seu regime autoritário fazendo uma série de concessões. O estado de emergência, em vigor desde 1963, permitia que o governo prendesse pessoas sem uma acusação. A oposição síria, contudo, manteve o dia de protestos que programou no país inteiro para amanhã.

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O presidente vem lançando um ataque brutal às manifestações da oposição, que são cada vez maiores. A Anistia Internacional, grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Londres, afirma que 220 pessoas foram mortas pela polícia e forças de segurança na Síria desde 15 de março, quando começaram os protestos em larga escala contra o regime de Assad, que governa desde 2000. Os protestos começaram em Deraa, uma cidade no sul do país, mas depois se espalharam para quase todas as regiões.

Uma página na rede social Facebook da Internet, montada por oposicionistas sírios, convocou os protestos para amanhã.

Nos últimos dias, a maioria dos protestos e também das mortes provocadas pela repressão ocorreram em Homs, terceira maior cidade da Síria e polo industrial do país. A Anistia Internacional afirma que pelo menos 26 pessoas foram mortas nos últimos dias, a maioria em Homs. “Um Coração, uma Mão, uma Meta”, dizia a página da oposição montada no Facebook e que convoca os manifestantes para os protestos de amanhã.

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Apenas na terça-feira desta semana, oito manifestantes foram mortos em Homs, quando a polícia abriu fogo contra as pessoas que protestavam em uma praça central.

Também na terça-feira, Assad nomeou um novo governador para a província de Homs, Imed Mustafá Abdellal. Ele substituirá Mohammed Iyad Ghazal, afastado pelo presidente. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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