O presidente da Guiné, Alpha Conde, sobreviveu a uma tentativa de assassinato nesta madrugada, quando homens armados invadiram sua casa. O ataque levanta dúvidas sobre a estabilidade política do país africano, que tem histórico de golpes de Estado e governos militares.

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Posteriormente, Conde se dirigiu à nação pela rádio estatal dizendo que a guarda presidencial “lutou heroicamente às 3h10 (horário local)”, quando sua casa foi atacada por um grupo não identificado. Pelo menos um integrante da segurança do presidente foi morto e vários ficaram feridos. Além disso, partes da casa do presidente ficaram destruídas, disse o ministro François Fall.

Conde, que foi eleito apenas sete meses atrás numa votação considerada a primeira eleição livre e justa da Guiné, pediu à população que fique calma e evite atos de represália. “Se suas mãos estão nas mãos de Deus, nada pode acontecer com você”, disse ele. “Nossos inimigos podem tentar tudo, mas não interromperão a marcha do povo guineano.”

Fall disse que o presidente está seguro e protegido num local não divulgado. Ele afirmou que uma investigação foi iniciada, mas que ainda é muito cedo para dizer quem esteve por trás do ataque.

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Moradores do bairro de Kaporo Rail disseram que os disparos começaram quando estavam dormindo, por volta das 2h, e continuaram até o alvorecer. Os confrontos mais pesados ocorreram perto do complexo murado onde Conde vive, a mesma casa de três andares que foi sua base quando ele liderava a oposição do país.

A Guiné realizou suas primeiras eleições livres e justas em novembro do ano passado, meio século depois de conquistar a independência da França. Conde venceu o pleito, mas confrontos étnicos se espalharam pelo país. Partidários de Conde, integrantes principalmente da etnia Malinke, entram em choque com aliados do candidato derrotado, em sua maioria da etnia Peul.

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Há grande frustração no país porque Conde não criou um governo inclusivo, empregando apenas membros de sua etnia. Outra questão é o fato de a pobreza não ter melhorado. Seu relacionamento com o Exército, que esteve por trás de todos os golpes no país, dentre eles o de 2008, tem sido tenso. As informações são da Associated Press.