O presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, pretende contestar alguns dos resultados do segundo turno da disputa presidencial ocorrida domingo no país. A oposição já tem feito reclamações de fraudes e violência na eleição. Os resultados finais ainda não foram divulgados, mas um porta-voz da campanha do presidente Gbagbo disse que ele planeja contestar os votos em três regiões do norte do país, uma zona com presença de rebeldes. Nessas áreas, segundo ele, partidários da oposição teriam tentado roubar urnas e tomar partidários de Gbagbo como reféns.
O chefe da campanha oficial, Pascal Affi N’Guessan, disse que discutiu o tema com o chefe da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), Young-Jin Choi, e irá requisitar a anulação dos resultados em Savanes, Denguele e Worodougou, “porque eles não respeitaram as normas de transparência”. O representante da ONU disse ontem que três pessoas morreram em confrontos políticos no oeste do país. Apesar disso, a eleição em geral foi bem-sucedida, segundo Choi.
A eleição é vista como crucial para unir novamente a nação do oeste africano, após oito anos de uma guerra civil que dividiu a Costa do Marfim em dois. Os eleitores escolheram entre Gbagbo, que está no poder desde que violentos protestam possibilitaram sua ascensão, em 2000, e Alassane Ouattara, o homem que Gbagbo acusa de estar por trás de uma tentativa de golpe contra ele, em 2002.
No primeiro turno, em outubro, Gbagbo liderou com 38% dos votos e Ouattara foi o segundo, com 32%. O terceiro colocado, Henri Konan Bedie, com 25%, decidiu apoiar Ouattara no disputa do último domingo. As informações são da Associated Press.