O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu que o Exército colombiano esclareça por que o general Ruben Alzate, libertado pela Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no fim de semana aparentemente violou o protocolo militar e se aventurou a explorar um rio controlado por rebeldes no oeste do país vestido como civil.
Promotores e parlamentares também estão comprometidos em questionar a forma como Alzate, o mais alto funcionário das forças colombianas, com 50 anos de combate, foi sequestrado.
Alzate não foi visto desde sua libertação no domingo, exceto em vídeos e fotos, incluindo uma imagem em que ele está de camisa xadrez e calça de moletom apertando as mãos de seus sequestradores antes de embarcar em um helicóptero pilotado pela Cruz Vermelha internacional. As imagens foram divulgadas pela FARC à rede venezuelana Telesur.
Apesar de o sequestro aparentemente ter sido acidental, a crise deflagrada expõe o principal desafio do processo de paz, a falta de um cessar-fogo bilateral. Nesta segunda-feira, Santos enviou negociadores de paz a Cuba para retomar as negociações com as Farc suspensas há duas semanas devido à captura de Alzate.
Santos, pressionado por militares e por críticos conservadores, rejeitou um acordo por medo de que se o fizesse, daria aos rebeldes uma oportunidade de se reagruparem após uma década de grandes perdas no campo de batalha.
As FARC estão pressionando o presidente a mostrar maior flexibilidade. O grupo rebelde se mostrou consternado pelo fato de o governo ter ignorado o próprio compromisso de não permitir que a dinâmica do campo de batalha detenha o progresso na mesa de negociação. Analistas dizem que a decisão das Farc de libertar o general rapidamente também reforça a posição do grupo. Fonte: Associated Press.