O presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Paul Ryan, repudiou nesta terça-feira a reação do provável pré-candidato republicano à presidência do país, Donald Trump, ao ataque de um extremista islâmico à boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida, no último domingo. Ao todo, 49 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas neste que foi o pior tiroteio da história dos EUA.

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O bilionário, que deverá disputar a corrida presidencial em novembro, declarou que é necessário banir a entrada de muçulmanos nos EUA. Ryan reafirmou sua oposição à ideia de Trump e pediu aliança com os islâmicos moderados para combater militantes terroristas.

“Existe uma grande e importante distinção que cada americano precisa ter em mente: essa é uma guerra contra o islã radical, não uma guerra contra o islã. Muçulmanos são nossos parceiros”, disse o político. “Eles estão entre nossos melhores aliados, entre nossos melhores recursos nessa luta contra o islamismo radical terrorista”.

Paul Ryan disse, ainda, que os Estados Unidos devem ser mais rígidos com o processo de triagem de refugiados, em vez de impor um teste religioso.

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“Não acho que um banimento dos muçulmanos está entre os interesses do país. Não acho que seja um reflexo dos nossos princípios – não como partido, mas como um país”, afirmou o presidente da Câmara.

O líder da minoria no Senado, Harry Reid, também rechaçou as polêmicas declarações ‘intolerantes e antiamericanas’ de Donald Trump.

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“É incompreensível que qualquer candidato à presidência fomente e promova a intolerância sistemática como Trump faz”, afirmou Reid durante sessão. “É condenável e antiamericano para o candidato de um grande ou qualquer partido declarar milhões de americanos culpados até que se prove o contrário, com base na sua religião”.

A Câmara aprovou em novembro uma lei para suspender a reinstalação de refugiados sírios e iraquianos nos EUA e revisar o processo de triagem, em um esforço para aliviar a ansiedade nacional após os ataques do Estado Islâmico em Paris em 2015. No entanto, o governo alega que a triagem já é muito rigorosa e que a lei seria impossível de ser implementada. O projeto não tem avançado no Senado.

Uma outra lei, no entanto, passou pela aprovação do Congresso em dezembro, tornando mais rigoroso o programa que permite aos cidadãos de alguns países a entrar nos EUA sem visto, por meio de restrições àqueles que detêm dupla cidadania do Irã, Iraque, Sudão e Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.