A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, frustrou as expectativas do país de que voltaria a mostrar-se em público nesta quarta-feira. Sem explicações prévias, a Casa Rosada cancelou a primeira atividade pública da presidente, que se encontrava recolhida na residência familiar em El Calafate, na Patagônia, desde meados de dezembro. A ausência da presidente tem gerado muitas conjeturas sobre o estado de saúde dela.
Havia previsão de que Cristina faria anúncios de aumento nos valores dos programas sociais, já que o ministro-chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, havia informado, na última segunda-feira, que “estava programada uma atividade da presidente para o dia 8 de janeiro”.
A única agenda prevista do dia é o anúncio de aumento dos subsídios sociais, cuja solenidade será conduzida pelo próprio Capitanich e pela ministra de Desenvolvimento Social, Alícia Kirchner.
Na noite de terça-feira, as emissoras de TV e fotógrafos captaram rápidas imagens da presidente entrando na Casa Rosada, onde manteve reunião com o ministro de Economia, Axel Kicillof. O site de imprensa da Presidência informa que Cristina voltou a se reunir com Kicillof nesta manhã na residência oficial de Olivos, junto com o CEO da YPF, Miguel Galuccio, e o titular da Agência Nacional de Seguridade Social (Anses), Diego Bossio.
Ainda não há data para o esperado regresso de Cristina, que se manteve em silêncio durante a crise energética que chegou a afetar cerca de 800 mil pessoas na capital federal e na província de Buenos Aires. Depois da cirurgia na cabeça para drenagem de um hematoma, realizada em 8 de outubro, Cristina permaneceu longo período de repouso, até 17 de novembro. Desde a alta médica, ela só apareceu em público em cinco cerimônias protocolares e realizou apenas dois discursos, além de aparecer na TV em um vídeo gravado na sala da sua casa para informar que se sentia bem.