O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, deu um importante passo para a reforma do sistema eleitoral do país. Ele nomeou hoje um respeitado ex-juiz para chefiar e organizar as eleições parlamentares, programadas para 18 de setembro. Ele também voltou atrás na tentativa de afastar representantes internacionais do grupo de observadores que acompanharão o pleito para monitorar possíveis fraudes.

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A medida veio alguns meses depois de os Estados Unidos e aliados pedirem esclarecimentos sobre as fraudes da eleição presidencial do ano passado. Se não atendesse a estas demandas, o governo afegão estaria sujeito a perda de fundos para a próxima eleição do parlamento e do amplo apoio internacional.

As desavenças sobre como conduzir as eleições presidenciais do ano passado quase destruíram a aliança entre Estados Unidos e Afeganistão, mesmo com o presidente Barack Obama ordenando o envio de milhares de tropas ao país por causa da ameaça Taleban. O receio de diplomatas e autoridades internacionais é de que fraudes voltem a ocorrer durante as eleições parlamentares em setembro.

Karzai também nomeou três afegãos e dois representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) para o grupo que acompanha o processo eleitoral, como observadores. A ONU, que apoiou o grupo que descobriu as fraudes da eleição presidencial de 20 de agosto de 2009, recomenda que os recursos doados por outros países sejam destinados à criação de um fundo para a realização do pleito.

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A embaixada dos Estados Unidos aprovou as mudanças, afirmando esperar que as alterações ajudem a promover “uma eleição parlamentar transparente, justa e confiável para a população afegã”.

Em fevereiro, Karzai havia publicado um decreto presidencial excluindo estrangeiros do grupo que acompanha o processo eleitoral. Contudo, a medida não foi aprovada pelos parlamentares. O porta-voz presidencial, Waheed Omar, disse que hoje que Karzai concordou em incluir representantes da ONU para acalmar temores da comunidade internacional.

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Omar informou que os observadores não poderão tomar decisões sem a participação de pelo menos um representante internacional, dentre estes um sul-africano e um iraquiano indicados pela ONU. O chefe da missão das Nações Unidas, Staffan de Mistura, disse que as mudanças devem tornar as eleições parlamentares mais transparente que o pleito presidencial do ano passado.