Premiê turco diz que não se calará sobre crimes na Síria

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste domingo que seu país “não permanecerá em silêncio” sobre as atrocidades cometidas pelo presidente Bashar Assad, a quem descreveu como um “demônio mudo” por realizar ataques contra o próprio povo, mas não desafiar Israel.

“Todo dia um grande número de crianças e mulheres inocentes morrem na Síria”, afirmou o premiê em discurso proferido em um fórum nos Emirados Árabes Unidos. O evento reuniu as nações do Golfo Pérsico que apoiam os esforços dos rebeldes sírios para derrubar Assad. “Nós não permaneceremos em silêncio sobre o brutal ditador na Síria”, acrescentou.

As declarações do premiê turco foram feitas no mesmo dia em que o seu Ministério de Relações Exteriores comunicou a morte do fotógrafo francês Olivier Voisin, que foi gravemente ferido na Síria em janeiro. Ele morreu em decorrência das lesões na cabeça e no braço por estilhaços de uma bomba que explodiu perto de Idlib, no norte sírio. O fotógrafo estava em tratamento na Turquia.

Há 23 meses a Síria está mergulhada em um conflito armado. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 70 mil pessoas tenham sido mortas desde que o confronto entre rebeldes e o governo sírio começou. Logo no início, a Turquia rompeu as relações com Damasco e liderou os pedidos internacionais para a renúncia de Assad.

Desde então, o governo turco têm apoiado o levante popular, abrigando dissidentes do exército e recebendo encontros de oposição. Cerca de 200 mil refugiados sírios fugiram para Turquia.

Neste domingo, os rebeldes sírios lançaram uma nova ofensiva contra um complexo do governo que abrigava uma academia de polícia perto da cidade de Aleppo, e as forças de Assad revidaram com ataques aéreos para tentar proteger a instalação estratégica, de acordo com ativistas.

Nas últimas semanas, o governo perdeu o controle de importantes estruturas no nordeste do país, incluindo uma barragem hidrelétrica, um importante campo de petróleo e duas bases do exército. Os rebeldes também têm atacado o coração de Damasco com morteiros e bombardeios ocasionais.

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