O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, convidou a liderança do seu partido a discutir os protestos contra o governo que entraram neste sábado no nono dia. Com milhares de pessoas ainda ocupando a praça Taksim, no centro de Istambul, Erdogan se reuniu com importantes autoridades do Partido da Justiça e Desenvolvimento. Ele disse que as manifestações devem cessar imediatamente.

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Mais cedo, o líder da oposição, Devlet Bahceli, pediu a convocação de eleições antecipadas. “A postura do primeiro-ministro e o tumulto aprofundaram a crise”, afirmou Bahceli a repórteres. “O tempo do primeiro-ministro está se esgotando. Acreditamos que ele tem que renovar o seu mandato.”

Mas o porta-voz do partido de Erdogan, Huseyin Cilik, descartou tal possibilidade, dizendo que os rumores de que as eleições gerais de 2015 seriam adiadas eram falsos.

Os protestos começaram com a ocupação de um parque na praça Taksim para impedir um projeto de renovação que o substituiria por uma réplica dos quartéis otomanos e um shopping center. A ideia do centro de compras parece já ter sido abandonada, com Erdogan dizendo recentemente que no lugar serão construídos um teatro, uma casa de ópera e, possivelmente, um museu.

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Mas uma intervenção violenta por parte da polícia para dispersar os manifestantes em 31 de maio provocou indignação e as demonstrações se espalharam para dezenas de cidades em toda a Turquia. Nos últimos nove dias de manifestações e confrontos com a polícia, três pessoas foram mortas – dois protestantes e um policial – e milhares ficaram feridas.

Desde o início da manhã de hoje, manifestantes começaram a chegar na praça Taksim com alimentos e cobertores para um fim de semana de protestos, se juntando ao crescente número de barracas nas proximidades do Gezi. Novas demonstrações também devem ocorrer em Ancara, capital do país.

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Durante encontro com membros do seu partido, Erdogan afirmou que seu governo estava aberto a “pedidos democráticos”, mas insistiu que os protestos estavam “na fronteira com o vandalismo”.