O primeiro-ministro deposto da Tailândia, Samak Sundaravej, desistiu de voltar ao cargo, disse nesta sexta-feira (12) um aliado próximo dele. Aliados abandonaram Samak, na tentativa de encerrar o impasse vivido por causa de uma crise política. O chefe de gabinete do governo, Teerapon Noprampa, disse que o ex-primeiro-ministro queria dar uma mensagem ao povo de que “havia feito seu melhor como líder do partido e primeiro-ministro na defesa do sistema democrático”. E também que agora havia decidido encerrar sua participação.
De agora em diante, cabe ao partido decidir o que fazer, disse Teerapon, citando Samak. Essa fala refere-se aparentemente à prerrogativa do maior partido na Câmara dos Deputados de indicar o primeiro-ministro. A Casa apontaria hoje um novo líder para o país, porém não houve quórum para a sessão. A decisão ficou para quarta-feira (17). Segundo um funcionário do partido, há três possíveis nomes para o cargo de primeiro-ministro: o primeiro-ministro interino Somchai Wongsawat, o ministro da Justiça Sompong Amornwiwat, e o ministro das Finanças Surapong Seubwonglee.
O majoritário Partido do Poder do Povo, bastante dividido, aparentemente desistiu de tentar que o primeiro-ministro volte ao cargo. Samak, de 73 anos, foi afastado pela Corte Constitucional por apresentar um programa culinário enquanto estava no cargo. Segundo os juízes, ele não podia ter um emprego privado, ocupando o cargo público. Inicialmente, a sigla chegou a divulgar que o indicaria novamente ao posto.
A crise no país se aprofundou em 26 de agosto, quando oposicionistas ocuparam parte do escritório do primeiro-ministro pedindo a saída de Samak. Os manifestantes pertencem a Aliança do Povo pela Democracia, para a qual o líder era ligado ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Thaksin foi deposto em 2006, em um golpe militar, e fugiu do país para evitar processos por corrupção.