Premiê grego resiste e diz que não renuncia

A Grécia viveu na sexta-feira (12) o sétimo dia consecutivo de violentos protestos e confrontos entre manifestantes e a polícia. Em Atenas, jovens que ocupavam a praça central da capital atacaram policiais com pedras e coquetéis molotov. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para tentar reprimir o protesto, no qual pelo menos um agente ficou ferido. Fontes policiais disseram que comprarão gás lacrimogêneo de Israel e Alemanha, pois mais de 4,6 mil cápsulas foram usadas nos últimos dias e o estoque está acabando. A insatisfação popular com o governo conservador e com os efeitos da crise econômica na Grécia agravou-se após policiais matarem o estudante Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, durante um protesto há uma semana.

Apesar dos pedidos de renúncia, o primeiro-ministro grego, Costas Karamanlis, afirmou ontem que não pretende deixar o cargo, insistindo que a Grécia precisa de uma “mão firme” para lidar com a crise financeira. Karamanlis também criticou a violência dos protestos. “Não deve haver confusão entre o sentimento de jovens estudantes pela morte trágica de um colega e esta mania de destruição.”

A violência dos últimos dias vem enfraquecendo o governo de Karamanlis, cujo partido detém a maioria do Parlamento por apenas uma cadeira de vantagem. Mesmo antes do início dos distúrbios, o primeiro-ministro já enfrentava forte oposição pelas reformas econômicas e sociais que tenta promover. Centenas de lojas e dezenas de veículos foram destruídos durante os protestos em toda a Grécia. Os tumultos também deixaram um saldo de 200 detidos e 70 feridos. Segundo um porta-voz da oposição socialista, o governo “está se recusando a encarar a realidade” ao não tirar Karamanlis do poder e convocar eleições antecipadas. Os dois policiais envolvidos na morte de Grigoropoulos estão presos e aguardam julgamento.

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