O primeiro-ministro do Casaquistão, Karim Masimov, disse hoje que estava “muito feliz” com as revelações de documentos diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks. Nas notas confidenciais, Masimov é descrito como um dançarino incansável de clubes noturnos.
Em meio ao furor diplomático causado pelas revelações do WikiLeaks, Masimov disse ser um dos poucos líderes que não se sentiu nada afetado pelos vazamentos de informações secretas. Além de narrar o estilo de vida luxuoso da elite do Casaquistão, os despachos diplomáticos norte-americanos descrevem uma visita de Masimov a uma casa noturna chique acompanhado de seu séquito, incluindo sua mulher. O texto também cita a empolgada dança executada pelo premiê, sozinho, em um palco vazio.
“Eu gosto muito disso”, disse Masimov na sede do governo, nos intervalos do encontro da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE, na sigla em inglês), em Astana, capital do Casaquistão. O líder político se disse feliz com o fato de virar notícia na internet, ao lado da esposa. “Eu gosto de dançar com minha esposa e para fazer propaganda no esquema tradicional é preciso muito dinheiro”, avaliou. “Mas dessa vez é de graça. E eu estou muito feliz com isso.”
O documento do Departamento de Estado nota que Masimov mostrou uma energia pouco usual para um chefe de governo nas pistas de dança. “Seus companheiros rapidamente se cansaram, mas Masimov permaneceu, dançando sozinho e animadamente no palco por mais 15 a 20 minutos”, descreve o documento oficial dos EUA. Masimov acredita que o escândalo divulgado pelo WikiLeaks é parte de uma grande mudança no panorama da mídia, onde “a mídia tradicional não existe mais”, por causa da internet. Ele disse ser um defensor da rede virtual.
O Casaquistão, apesar de sua carismática liderança da OSCE neste ano, tem sido criticado por grupos de direitos humanos por aprovar leis para restringir a divulgação de informações na imprensa tradicional e na internet. Masimov, porém, disse que em dois anos a imprensa eletrônica deve criar um novo ambiente no Casaquistão. “A ideia de que os políticos podem controlar a informação por meio dos meios de massa não existe mais. Eu estou comprometido com a promoção disso.” As informações são da Dow Jones.
