O Partido Nacionalista de Taiwan, atualmente no poder e com orientação pró-China, saiu inesperadamente derrotado nas eleições locais realizadas neste sábado, pressionando a reputação do presidente, Ma Ying-jeou, que alicerçou sua reputação nos estreitos laços com Pequim. O primeiro-ministro Jiang Yi-huah, chefe de gabinete, renunciou neste sábado (à noite pelo horário local), enquanto Ma, que é o presidente do Partido Nacionalista, prometeu mudanças. “Devo expressar minhas desculpas ao Partido Nacionalista e a seus apoiadores pelo desapontamento”, disse Ma em entrevista coletiva para a imprensa.
Os Nacionalistas perderam as eleições em oito cidades, incluindo a capital Taipei, e a importante cidade central de Taichung. A perda desses eleitores fará com que fique mais difícil ao partido sustentar-se na presidência em 2016.
A ineficiência do partido nas eleições deve prejudicar seis anos de negociações com a China, que produziram 21 acordos que ajudaram a recuperar economicamente o país e, por outro lado, alimentaram expectativas em Pequim de uma reunificação política. Pequim reclama a soberania sobre Taiwan desde a guerra civil chinesa na década de 1940. Ma esfriou esse embate ao introduzir o diálogo na relação com a China a partir de 2008.
Os taiwaneses vem observando o comportamento duro da China diante das demandas pela democracia em Hong Kong. “Queremos enviar aos Nacionalistas um alerta”, disse um produtor de filmes que votou no candidato de oposição para a prefeitura de Taipei, Ko Wen-je.
Resultados preliminares mostraram que o Partido Democrata Progressista obteve vitória na maior parte das urnas. O PDP é a favor de continuidade do diálogo com a liderança do Partido Comunista da China, mas quer que as conversas sejam mantidas fora da jurisdição de Pequim e no âmbito internacional.