Premiê da Tailândia diz que acatará decisão da Corte

O primeiro-ministro da Tailândia, Somchai Wongsawat, disse que acatará o veredicto da Corte Constitucional do país, que suspendeu seus direitos políticos por cinco anos e dissolveu seu partido. “Minha tarefa está cumprida”, declarou o primeiro-ministro, de 61 anos. “Agora sou um cidadão comum”, afirmou. Ele concedeu uma entrevista em Chiang Mai, cidade do norte da Tailândia, de onde vinha governando desde que manifestantes da oposição começaram a bloquear os aeroportos do país, na semana passada.

“Era inesperado que a decisão viesse dessa forma”, disse Wongsawat, sobrinho do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que vive no exílio. “No passado eu fiz meu melhor, não para mim, mas para o meu país”, acrescentou. A Corte Constitucional da Tailândia decidiu por unanimidade hoje que o Partido do Poder Popular (PPP), de sustentação ao governo, deverá ser dissolvido e que seu comitê executivo, incluindo Wongsawat, perderá os direitos políticos por cinco anos. O partido foi condenado por fraude eleitoral.

A decisão da Corte saiu em meio ao recrudescimento de uma crise política que levou manifestantes de oposição liderados pela Aliança Popular pela Democracia a ocuparem a sede do governo tailandês nos últimos três meses. Desde a semana passada, os manifestantes também haviam bloqueado os dois principais aeroportos do país, impedindo que 300 mil estrangeiros deixassem a Tailândia. Ontem, uma explosão no aeroporto doméstico deixou 1 morto e 22 feridos.

Wongsawat terá de renunciar, o que atende às exigências dos manifestantes da oposição. No entanto, minutos após o anúncio da decisão da Corte, o PPP disse que seus membros vão se reagrupar numa nova agremiação e indicar um novo primeiro-ministro.

Aeroportos – Horas após o veredicto, membros da aliança oposicionista e autoridades aeroportuárias disseram que houve um acordo para a retomada dos vôos do aeroporto internacional Suvarnabhumi. Porém não houve ainda menção sobre o aeroporto doméstico Don Mueang.

O bloqueio nos aeroportos já prejudicou 350 mil passageiros e causou grandes perdas econômicas. Um diretor da autoridade aeroportuária, Vudhihaandhu Vichairatama, disse que os vôos podem reiniciar em 24 horas, caso não haja “problemas técnicos”.

A aliança oposicionista, que veste amarelo para simbolizar sua devoção ao rei, é apoiada pela elite empresarial de Bangcoc e pela classe média, bem como por parte dos militares e pelo palácio real. Os partidários de Thaksin vestem vermelho e estão concentrados nas áreas rurais e nas mais pobres das cidades, especialmente no norte tailandês, de onde o ex-líder vem.

Dois outros partidos da coalizão governista também foram punidos e dissolvidos. O próprio Partido do Poder Popular já havia se organizado antes do veredicto e formou a sigla Pue Thai (Para os Tailandeses), que deve agrupar os parlamentares da situação. As informações são da Dow Jones.

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