A três dias do plebiscito que perguntará aos gregos se eles concordam ou não com as propostas dos credores internacionais, o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, prometeu nesta quinta-feira que haverá um acordo 48 horas depois da consulta popular, que ocorre no domingo.

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“Se o voto ‘não’ ganhar, eu garanto que, no próximo dia, estarei em Bruxelas e haverá um acordo”, acrescentou Tsipras, em entrevista a uma emissora de televisão grega. “O plebiscito é o último passo antes do acordo. Quanto maior for a votação pelo ‘não’, melhor será o acerto”, afirmou.

Por trás de sua campanha pelo “não”, Tsipras busca ganhar força política para retomar as negociações com os credores, caso a população rejeite as exigências atuais, que incluem mudanças no sistema previdenciário do país e cortes no orçamento do governo. Os credores são o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a União Europeia.

Na entrevista de hoje, Tsipras disse ainda que a Grécia “certamente ficará na Europa”, afirmando também que deixou as negociações quando percebeu que havia um “ultimato de uma solução inviável”. Para ele, o plebiscito de domingo busca uma resposta para uma “solução viável”.

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Enquanto isso, as autoridades europeias, em especial da Alemanha, têm sugerido que a vitória do “não” seria uma passo a mais para a Grécia deixar a zona do euro. Eles afirmam que um novo programa de resgate – se houver – exigirá medidas mais duras do que as que serão avaliadas pelos gregos no plebiscito, porque as perspectivas econômicas para a Grécia têm se deteriorado por conta do fechamento dos bancos e do controle de capital.

Além disso, a aplicação de um novo exigiria avaliações e debates entre os parlamentares da Alemanha antes mesmo do início de novas negociações. Com suas últimas declarações, Tsipras tem sido visto em Berlim e outras capitais da zona do euro como um líder imprevisível, que não pode comandar uma reforma da economia da Grécia, que seria exigida em um novo acordo.

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Por isso, convencer muitos dos países europeus que estão entre os credores a assinar um novo programa de ajuda seria politicamente difícil. O programa de ajuda financeira anterior expirou na terça-feira. Com informações da Dow Jones Newswires