O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, confirmou nesta quarta-feira (10) a prisão de um segundo suspeito de organizar os ataques em Mumbai no mês passado, que deixaram 172 mortos e mais de 300 feridos. O premiê não deu detalhes sobre a prisão de Zarrar Shah, apenas que ele e o outro suspeito de planejar os ataques – Zaki-ur-Rehman Lakhvi – “estavam sob tutela e sendo investigados”.
Reportagens da imprensa indiana apontam Zarar Shah como o chefe de comunicações do Lashkar-e-Taiba, um grupo militante paquistanês culpado por outros ataques em solo indiano e com laços históricos com as poderosas agências de inteligência paquistanesas. Segundo a mídia, Shah criou o sistema de comunicação que permitiu aos líderes do grupo no Paquistão contatarem os homens armados, durante os ataques em Mumbai.
Funcionários paquistaneses, sob condição de anonimato, disseram no domingo que Lakhvi havia sido preso em um campo do Lashkar perto da fronteira indiana. Segundo Nova Délhi, o único dos agressores capturado vivo disse que Lakhvi o recrutou para os crimes. Outro alto líder do grupo, Yusuf Muzammil, também teria sido implicado no caso. Muzammil está desaparecido.
“Nós estamos investigando por nós mesmos sobre as pessoas que eles identificaram (através da imprensa)”, disse Gilani, na cidade de Multan, no centro do Paquistão. “Essa é uma boa mensagem para nossos vizinhos e para o resto do mundo que o Paquistão é uma nação responsável.”
A Índia até agora não comentou as prisões no Paquistão. O governo paquistanês já afirmou que não entregará os suspeitos à Índia. Os ataques em Mumbai aumentaram a tensão entre os dois vizinhos, ambos com armas nucleares, que já lutaram três guerras desde sua independência, em 1947.
Funcionários de Nova Délhi culparam “elementos no Paquistão” pelos ataques do mês passado na capital financeira indiana. Islamabad argumenta não ter recebido nenhuma prova ligando os suspeitos aos ataques, o que levanta dúvidas sobre como o país poderia julgá-los.