Pressionado pelos mercados financeiros, por jovens manifestantes e pela oposição, o governo espanhol dissolveu ontem o Parlamento e antecipou as eleições gerais. O anúncio tinha como uma das metas acalmar os mercados, tensos diante da incerteza sobre a economia e a política em um dos países mais afetados pela crise financeira na Europa. As eleições, que estavam marcadas para ocorrer em março, serão realizadas em 20 de novembro – dia da morte do general Francisco Franco.

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Diante de uma taxa de desemprego de 20%, economia estagnada e risco crescente de a Espanha sucumbir à crise grega, o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero decidiu abrir caminho para “outro governo que possa projetar segurança política e econômica”. A ideia é que um novo governo esteja em funcionamento em 1.º de janeiro. Desgastado, Zapatero não será candidato pelo Partido Socialista. A sigla será representada por Alfredo Rubalcaba, ex-ministro do Interior.

Em maio, o PS sofreu sua pior derrota nas urnas desde a redemocratização espanhola (1978), perdendo 11 das 13 governos regionais em disputa. Para a oposição, que há meses vem pedindo a saída do premiê, o resultado tirou a legitimidade de Zapatero.

Nas ruas, um grupo de jovens manifestantes conhecidos como “indignados” continua a pressionar por reformas. Zapatero iniciou em 2010 uma série de cortes de benefícios sociais e elevou a idade mínima da aposentadoria. Com 46% dos jovens desempregados, os sindicatos também comemoraram o anúncio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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