Preços dos alimentos começam a cair na Bolívia

Os preços dos alimentos retornam lentamente à normalidade na Bolívia, depois de apresentarem fortes elevações por causa da alta dos derivados de petróleo, decretada pelo governo do presidente Evo Morales e anulada cinco dias depois, em razão dos protestos contrários.

Mas as padarias se recusaram a baixar os preços. Segundo um dirigente do setor, Dandy Mallea, há outras matérias-primas que ainda estão caras, razão pela qual haverá um aumento mínimo do preço do pão. O ministro da Presidência, Oscar Coca, pediu que a normalidade seja retomada o mais rápido possível e qualificou de “arbitrário e abusivo” o comportamento dos comerciantes que continuam vendendo alimentos a preços altos.

A estatal Empresa de Apoio à Produção de Alimentos (Emapa) informou que os preços de todos os produtos da cesta básica que comercializa caíram 15%, o mesmo porcentual de alta registrado desde o decreto de aumento dos derivados de petróleo. Entretanto, o presidente da Confederação de Empresários Privados da Bolívia (CEPB), Daniel Sánchez, afirmou que o setor está preocupado, pois vê uma “deficiência no manejo das políticas econômicas do país”.

Vários setores e movimentos sociais pediram a renúncia dos ministros da Economia e de Hidrocarbonetos. Coca anunciou que o gabinete ministerial vai realizar uma avaliação da gestão de governo na sexta-feira, mas lembrou que a decisão de trocar ou não os ministros é do presidente.

No dia 26 de dezembro, o governo elevou em 73% o preço da gasolina; em 83% o valor do diesel e em 99% o querosene de aviação. O governo justificou os aumentos por causa de uma “queda” na produção de petróleo e assegurou que os hidrocarbonetos eram vendidos nas fronteiras com o Brasil, Argentina, Chile e Peru a um preço mais elevado. Mas no sábado, uma hora antes do fim de 2010, Morales cancelou a medida e anulou o decreto. O preço da gasolina voltou ao nível anterior nas nove regiões do país. As informações são da Associated Press.

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