Termina hoje o prazo dado pela oposição para que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, deixe o poder. Ontem, os opositores apresentaram seu plano de democratização do Egito, com Mohamed ElBaradei como presidente, que inclui a proposta para o julgamento de Mubarak por violações de direitos humanos. O governo contra-atacou, anunciando que convidou grupos islâmicos banidos por décadas para o diálogo e afirmando que a renúncia do presidente abriria uma “era de caos no Egito”.

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O vice-presidente, Omar Suleiman, deixou claro que iniciou o diálogo com alguns partidos de oposição e ofereceu negociar até mesmo com a Irmandade Muçulmana. O grupo, porém, ainda hesita em aceitar a oferta. No entanto, Suleiman afirma que não há qualquer plano para que Mubarak saia antes de setembro. “As demandas dos jovens eram legítimas, mas já estamos respondendo a cada uma delas. Pedimos agora tempo para promover as reformas”, disse o vice-presidente. “O apelo pela saída de Mubarak é um apelo ao caos. Não há Estado sem cabeça.”

Suleiman rejeitou a convocação de uma nova eleição para o Parlamento e indicou que será o atual Legislativo – apesar das acusações de ser apenas um braço de Mubarak – quem fará a nova Constituição em 70 dias. Até esse momento chegar, porém, o Parlamento está dissolvido. Para mostrar que está pronto para reformas, o governo confirmou que Gamal Mubarak, filho do presidente, não será candidato, anunciou o congelamento das contas de todos os ex-ministros e os impediu de sair do país.

Enquanto a repressão aumentava nas ruas, o governo se eximiu de qualquer responsabilidade pelas mortes, denunciou uma “conspiração” e anunciou que está dissolvendo o Parlamento. Ainda que o presidente não dê qualquer sinal de que cederá, a data de hoje está sendo chamada de “Sexta-feira da Despedida” pela oposição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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