Possível libertação de soldado agita eleição em Israel

Em meio à possibilidade de um acordo nos próximos dias para a libertação do soldado Guilad Shalit, sequestrado pelo Hamas há quase três anos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos, a acirrada disputa eleitoral israelense se intensificou ontem. Ataques envolveram os principais candidatos, especialmente o favorito Binyamin “Bibi” Netanyahu, do conservador Partido Likud, que viu sua vantagem nas pesquisas se reduzir para um empate técnico com a ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni.

Caso uma solução seja encontrada para o caso de Shalit antes da eleição, a ministra seria a principal beneficiada, segundo analistas. Livni recebeu ontem oficialmente o apoio de premiê Ehud Olmert, que pertence ao seu partido, o Kadima, mas não simpatiza com ela. Apesar de impopular por causa das acusações de corrupção, as ações do primeiro-ministro no fim do mandato terão reflexo na candidatura da chanceler, que observa a queda de Netanyahu, enfraquecido ao ver parte de seus votos migrando para o ultradireitista Avigdor Lieberman, símbolo da atual eleição ao atrair um eleitorado jovem com lemas antiárabe.

O ministro da Previdência, Rafi Eitan, afirmou ontem que um acordo para libertação de Shalit deve ocorrer antes do fim do mandato de Olmert, que deve durar ainda pelo menos um mês, tempo necessário para que seja negociada uma coalizão de governo. Em troca, Israel libertaria até mil prisioneiros palestinos. A discussão sobre Shalit vem sendo negociada simultaneamente com um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Líderes do grupo islâmico em Gaza estão dispostos a aceitar os termos propostos. Alguns estão em bunkers desde o início da ofensiva israelense em dezembro. Já Khaled Meshal, principal comandante da organização no exílio, é contra.

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