Posada Carriles deu depoimentos contraditórios nos EUA

O ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, Luis Posada Carriles, negou em 2005 a funcionários da imigração norte-americana que ele tenha se envolvido em ataques a bombas em hotéis de Havana, em 1997, que deixaram morto um turista italiano, Fabio di Celmo, de 32 anos. Posada Carriles havia admitido ter participado dos ataques em Havana, em entrevista a Ann Louise Bardach, então repórter do jornal New York Times, em 1998. A transcrição da declaração foi feita ontem e tornada pública hoje, em El Paso, no Texas, onde o ex-espião cubano-venezuelano é julgado por ter mentido à imigração dos EUA e por perjúrio. Ele enfrenta 11 acusações.

Posada Carriles, contudo, é acusado pelos governos de Cuba e da Venezuela por uma série de atentados, entre eles a explosão de um DC-8 da Cubana de Aviación, evento que matou 73 pessoas, inclusive mulheres e crianças, em 1976, quando o avião cubano voava da Jamaica para Barbados. Cuba e Venezuela pedem a extradição dele.

Posada Carriles, atualmente com 82 anos, começou a trabalhar para a CIA no começo da década de 1960, sob o codinome “amcleve/15”, e permaneceu na folha de pagamento da agência americana por vários anos.

Em 2005, ele buscava obter a cidadania norte-americana e estava sob juramento na audiência de El Paso, quando a procuradora de Segurança Interna Gina Garrett-Jackson perguntou se ele havia facilitado a correligionários que escondessem bombas que explodiram em hotéis de luxo em Havana e em um restaurante frequentado por turistas na capital cubana. Quando ele negou envolvimento, Garrett-Jackson lhe lembrou da entrevista que havia dado ao Times. Ele afirmou que a entrevista ocorreu em inglês, uma língua que ele domina mal. “Eu não me lembro. Não quer dizer que eu tenha feito aquilo”, foi resposta de Posada Carriles a Garrett-Jackson.

Para os norte-americanos, que julgam Posada por perjúrio, estabelecer que ele mentiu para a imigração é chave no caso, mesmo que as autoridades americanas não o tenham acusado dos mesmos crimes que Cuba e Venezuela. Também é pouco provável que seja extraditado. As informações são da Associated Press.

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