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Populistas usam redes sociais para disseminar ódio, alerta ONU

As redes sociais estão sendo usadas por partidos populistas para disseminar o ódio, incitar a violência e fortalecer grupos extremistas, inclusive com caráter fascista. Isso é o que revela um informe apresentado nesta quinta-feira, 1º, pela relatora da ONU contra a xenofobia e racismo, Tendayi Achiume.

Segundo ela, existem hoje mais de 14 mil páginas na internet dedicadas a tendências racistas, além de um incremento de 600% no volume de ataques nacionalistas pelo Twitter desde 2012. De acordo com a relatora, grupos neonazistas e extremistas têm usado as redes para difundir ódio contra lésbicas, gays, pessoas com deficiências e mesmo contra mulheres.

“O crescente clima de intolerância é tangível, com impactos horríveis para vidas humanas, como pode ser visto nos ataques antissemitas nos EUA nesta semana”, disse.

Segundo ela, o caráter desregulado, descentralizado, barato e anônimo da internet permite que grupos extremistas formam redes, amplificando as mensagens de ódio. Citando ainda líderes políticos da Itália, Hungria e Donald Trump, a relatora alerta para o confisco por parte desses grupos do termo “povo” e “nação”.

“Empresas de tecnologia como YouTube, Twitter e Facebook precisam garantir que suas plataformas não se transformam em santuários para a mobilização de extremistas”, pediu.

Condenando a proliferação de notícias extremistas, sensacionalistas e conspiratórias, ela pede que princípios que já existiam para combater o discurso do ódio sejam implementados nas redes sociais contra ideologias racistas e propaganda.

Partidos

Mas, para a relatora, partidos políticos populistas também estão se utilizando das redes para incitar a discriminação e o ódio. “O populismo nacionalista opera numa visão racista e de exclusão, definindo que direitos são apenas para alguns”, disse a relatora. “O populismo nacionalista marginaliza com base na raça, etnia, origem social”, completou.

Em sua avaliação, a adoção de políticas por parte desses grupos alimenta o ódio e ameaça a igualdade ao criar instituições que promovam suas visões.

O relatório pede que Estados e empresas tomem medidas para atacar o discurso do ódio e garantir o princípio da não-discriminação online. Antes de adotar leis, porém, ela insiste que os Estados precisam reconhecer explicitamente que existe uma proliferação da mobilização populista e nacionalista.

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