Pessoas transferidas para campos temporários voltaram para suas casas nesta quarta-feira (11). A movimentação ocorreu após autoridades chinesas declararem encerrada a ameaça de enchente em um lago formado por um terremoto. A água foi drenada com sucesso no dia anterior, garantiu o governo.
Trinta dias depois do terremoto do dia 12 de maio que matou quase 70 mil pessoas, soldados, encarregados do auxílio e políticos se reuniram no Grande Palácio do Povo. Ali ouviram discursos emocionados sobre o grande esforço para socorrer as vítimas.
O evento foi organizado pelo departamento de propaganda do Partido Comunista e transmitido ao vivo pela televisão estatal. Foi uma mostra do enfoque oficial em uma cobertura positiva, em meio ao longo e atemorizador esforço de recuperação.
Em Mianyang, principal área urbana diretamente ameaçada pelo lago Tangjiashan, na província de Sichuan, as pessoas estavam novamente armando tendas e abrigos improvisados ao longo das calçadas, confiantes de que a ameaça de enchente passou. Soldados ajudavam pessoas a carregar colchões e veículos passavam oferecendo água.
Ainda que permanecessem sem moradia, essas pessoas dizem que é melhor ficar perto de onde viviam que nos campos instalados perto das montanhas onde estavam havia quase duas semanas.
Na quarta-feira, líderes militares anunciaram que a ameaça causada pelo Tangjiashan não mais existia. Autoridades haviam retirado da região 250 mil pessoas, com medo de inundações. O lago foi formado quando um deslizamento de terra bloqueou o curso de um rio que passa pela cidade de Beichuan – esse foi o maior dos 30 lagos formados por deslizamentos desencadeados pelo tremor.
Soldados construíram um canal para drenar o lago e realizaram explosões para retirar entulho. Mais de 100 mil tropas permaneciam na zona do acidente para auxiliar nos esforços de reconstrução e auxílio.
Especialistas recomendaram que mais de 30 cidades sejam reconstruídas em outro lugar e não na área já atingida pelo tremor, segundo a Caijing, importante revista de negócios chinesa. Beichuan, por exemplo, pode ser realocada para a cidade vizinha de Anxian. Um funcionário do governo informou que a lista de cidades que seriam realocadas ainda não estava fechada.