Polonês assume presidência e defende aliança com UE

O novo presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, tomou posse hoje prometendo trabalhar de maneira mais próxima aos seus aliados da União Europeia (UE), mas a cerimônia foi ofuscada pelo acidente de avião que matou seu predecessor e também menosprezada por seu principal rival político.

A posse de Komorowski, no Parlamento da Polônia, ocorreu após um minuto de silêncio observado em homenagem ao falecido presidente Lech Kaczynski, que morreu junto a outras 95 pessoas num acidente de avião na Rússia, em 10 de abril. Vários parlamentares também morreram no desastre aéreo. As cadeiras deles estavam vazias durante a cerimônia, com fotos dos políticos e flores sobre cada lugar.

Komorowski assumiu a presidência polonesa para um mandato de cinco anos. Ele prometeu trabalhar com o governo e outras instituições de Estado para construir a unidade nacional e tentar modernizar a Polônia, desenvolvendo a pesquisa científica e melhorando o sistema nacional de saúde.

Viagem

O líder, que é pró-europeu, também afirmou que sua primeira viagem oficial será a Bruxelas, Paris e Berlim. Komorowski, contudo, também prometeu reforçar os laços entre a Polônia e a Rússia. As relações entre os dois países, no período pós-comunista, têm sido tensas em certas ocasiões. “Não haverá um desenvolvimento estável na nossa região sem a cooperação da Rússia”, disse o presidente polonês.

Ele disse que, apesar da tristeza que o acidente aéreo em Smolensk deixou ao país, também mostrou a resiliência da democracia polonesa, apenas 20 anos após a queda do regime comunista. “Smolensk foi nossa tragédia e nossa tristeza comuns”, disse Komorowski, ao Parlamento. O primeiro-ministro, Donald Tusk, e dois dos predecessores de Komorowski ainda vivos, Lech Walesa e Aleksander Kwasniewski, estavam presentes na cerimônia.

Ausência

Uma ausência significativa no evento foi a de Jaroslaw Kaczynski, o irmão gêmeo do presidente morto no desastre e que foi derrotado na disputa para a presidência por Komorowski. Kaczynski não explicou sua decisão de não participar da posse.

Mas o gesto lembrou a todos a profunda amargura e rivalidade que existem na política polonesa – tanto ideológica quanto pessoal – entre o partido católico e nacionalista de Kaczynski, o Partido da Lei e da Justiça, e o partido governista da Plataforma Cívica, de Donald Tusk e Komorowski. A Plataforma Cívica advoga um papel mais fraco da Igreja Católica na sociedade polonesa. O Partido da Lei e da Justiça tem um forte foco na economia.

Komorowski, de 58 anos, assumiu um cargo em grande parte simbólico, embora o presidente possua o poder de vetar leis na Polônia e tenha outras prerrogativas, como opinar sobre missões militares no exterior. A mais importante dessas missões acontece no Afeganistão. Komorowski já disse que deseja retirar do país as tropas polonesas até 2012.

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