Dois políticos israelenses, um do governista Likud e outro do oposicionista Kadima, defenderam hoje (09) a morte do líder do movimento radical palestino Hamas, Khaled Meshaal, que chegou à faixa de Gaza na última quinta.
Nas comemorações pelos 25 anos de criação do Hamas, ontem, Meshaal disse que nunca reconhecerá Israel e defendeu um território nos limites da Palestina antes de 1948, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o Estado judaico. “A Palestina é nossa do rio [Jordão] para o mar [Mediterrâneo] e do sul para o norte. Não haverá concessão de uma polegada de terra”.
Um dia antes, ele disse que se sentia emocionado ao chegar a Gaza e após 45 anos de exílio e posou ao lado dos destroços do carro que levava Ahmed al Jaabari, morto em 14 de novembro pelo Exército israelense. “Peço a Deus para um dia morrer como mártir nesta terra”, disse.
Esta declaração foi lembrada por Yisrael Katz, chefe de gabinete do premiê Binyamin Netanyahu. Em entrevista a uma rádio local, ele disse que Israel poderia tentar matar Meshaal de novo.
“Ele disse que quer morrer como um mártir e há uma grande possibilidade de que esse último desejo seja realizado. Agora ele se tornou um alvo legítimo, deixem a trégua ser violada”, ameaçou Katz.
Oposição
Ontem, a morte de Meshaal foi pedida em comunicado de Shaul Mofaz, do opositor Kadima, que criticou Netanyahu por não o ter matado durante a visita o líder do Hamas à Gaza.
“Devemos aproveitar a oportunidade para liquidar a cabeça da cobra. Meshaal merece a morte. Eu recomendo a ele fazer o quanto antes suas malas e sair de Gaza”, acrescenta, dizendo que o líder do Hamas poderá aparecer na Cisjordânia.
Em setembro de 1997, o próprio premiê Binyamin Netayahu ordenou a morte de Meshaal, em uma operação que fracassou. Cinco agentes israelenses que se faziam passar por turistas canadenses injetaram no líder do Hamas uma substância tóxica em uma rua de Amã. Diante da ira do rei da Jordânia, o governo israelense precisou apresentar desculpas públicas e entregar o antídoto.