Política de Raúl Castro frustra Human Rights Watch

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), com sede nos Estados Unidos, disse que as condições políticas em Cuba não melhoraram sob o governo do presidente Raúl Castro e até mesmo pioraram sob alguns aspectos, em comparação ao que eram quando governava o líder cubano Fidel Castro, irmão de Raúl.

Num relatório publicado hoje, o grupo acusa o governo de Raúl Castro de repressão sistemática e de ter criado “um clima penetrante de medo entre os dissidentes e, quando são expressados pontos de vista na política, na sociedade inteira”.

Fidel passou a presidência para Raúl de maneira interina em 2006 e de forma permanente em 2008, devidos aos problemas de saúde. Os ativistas da Human Rights Watch esperavam que a mudança levaria a mais liberdade na ilha caribenha.

O relatório encontrou pouca evidência disso. O texto criticou a contínua confiança de Raúl na lei do país, a qual, afirma a HRW, criminaliza “qualquer comportamento que contradiga as normas socialistas”. A Human Rights Watch descreveu o relatório como sua mais ampla análise das condições políticas em Cuba desde que Raúl chegou ao poder.

O governo de Cuba afirma que protege os direitos humanos bem mais que muitos países porque seu sistema comunista provê alimentação básica, habitação, ensino e saúde gratuitas. O governo cubano alega não manter presos políticos e os oposicionistas detidos estão nas cadeias por motivos legítimos, como traição. O governo diz que os grupos dissidentes são mercenários agindo em favor de Washington. A Human Rights Watch, no entanto, rejeita esses argumentos, embora critique o governo americano por décadas de embargo econômico a Cuba.

Embargo

Enquanto responsabiliza totalmente o governo de Cuba pelos abusos aos direitos humanos, o relatório diz que enquanto o embargo dos EUA continuar, “o governo de Raúl continuará a manipular a política americana para se mostrar como um Davi latino-americano que enfrenta o Golias norte-americano, um papel que explora em cheio”.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, independente e cujos relatórios são a base para muitas das análises sobre a situação política do país, afirma que ainda existem mais de 200 presos políticos, um número expressivamente menor que sob o governo de Fidel. O governo não reconhece a legitimidade da Comissão.

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