A polícia venezuelana usou bombas de gás lacrimogêneo hoje para dispersar manifestações contra e a favor do projeto de lei do ensino que está sendo debatido na Assembleia Nacional, o parlamento do país. Segundo os críticos, o projeto de lei defendido pelo presidente Hugo Chávez levará à doutrinação socialista nas escolas. Centenas de manifestantes fugiram quando a polícia disparou o gás lacrimogêneo contra a multidão, reunida na frente da Assembleia Nacional. A casa começou a debater o projeto de lei hoje.

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Se aprovada, a lei determinará que as escolas baseiem o currículo no que é chamado pelo governo de “Doutrina Bolivariana”, uma vaga referência aos ideais defendidos pelo prócer da independência da Venezuela, Simón Bolívar (1783-1830). Os críticos foram rápidos ao notar que Chávez usa o termo “bolivariano” para descrever seu movimento político e alguns temem que o governo tente conquistar corações e mentes através da doutrinação nas escolas. “Eles não usam o termo ‘socialismo’ mas é o que querem introduzir nas nossas escolas”, disse Ray González, um engenheiro de 59 anos.

Defensores do projeto de lei rebatem as acusações, ao notar que as medidas requerem que o ensino “esteja aberto a todas as formas de pensamento”. O ministro da Educação, Hector Navarro, acusou os opositores a Chávez e a mídia de uma “campanha de difamação” para enganar os venezuelanos.

A legislação garante oportunidades iguais e enfatiza a responsabilidade social em um país assolado pela pobreza, disse Navarro. Representantes da igreja Católica Romana, a instituição mais proeminente da Venezuela, são contrários à proibição do ensino religioso, prevista no projeto. Segundo eles, um dos objetivos do projeto é enfraquecer a influência da Igreja no ensino.

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