A polícia prendeu nesta segunda-feira (13) pelo menos 21 pessoas, incluindo um reitor de uma universidade, durante investigações de suposto golpe para derrubar o governo de raízes islâmicas, informou a mídia local. Policiais também vasculharam a sede de uma emissora de televisão e vários lugares envolvidos com um grupo secularista, a Associação para o Apoio da Vida Contemporânea, informaram agências de notícias. As detenções ocorreram após uma série de prisões, ordenada pelos promotores que investigam uma suposta organização chamada Ergenekon. O nome do grupo vem da lendária terra natal dos turcos. Os promotores afirmam que dezenas de militares, policiais, jornalistas e acadêmicos pertencem ao grupo e planejaram o golpe.

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Entre os detidos está o professor Mehmet Haberal, reitor e proprietário da Universidade Baskent, de Ancara. Ele já organizou encontros com pessoas contrárias ao governo, supostamente para formar um novo movimento político ou partido. Haberal também é dono da emissora Kanal B, que também foi alvo de buscas hoje. Entre os supostos líderes do Ergenekon estão dois generais da reserva, que podem, se condenados, pegar prisão perpétua.

Mais de 200 suspeitos foram detidos desde 2007, no caso que mostra a divisão entre uma poderosa classe de muçulmanos praticantes, que comanda o governo com forte apoio eleitoral, e as elites seculares, temerosas de que o governo queira impor sua religião à sociedade.

Os suspeitos são acusados de tentar criar o caos, a fim de incentivar um golpe militar. Os críticos afirmam que as prisões são parte de uma tentativa do governo de colocar uma mordaça nos oponentes seculares. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afirma não ter essa intenção e que seu governo segue os princípios seculares turcos.

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