Polícia turca detém jornalistas em Ancara e Istambul

A polícia turca deteve hoje dez pessoas, a maioria jornalistas, em uma onda repressiva contra uma suposta rede secular acusada de conspirar para derrubar o governo, controlado por um partido de raízes islâmicas, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco). O país terá eleições em 12 de junho. A oposição afirma que as prisões fazem parte de um assalto do governo à liberdade de imprensa.

A polícia invadiu as residências dos detidos em Ancara e Istambul, copiou discos rígidos dos computadores e apreendeu livros e cadernos que poderiam servir como provas de que as pessoas em questão estão envolvidas na conspiração da rede Ergenekon, disse a televisão NTV. Funcionários do governo alegam que a Ergenekon tentou derrubar o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan em 2003. Entre os supostos conspiradores estariam centenas de militares das Forças Armadas, da ativa e da reserva, magistrados, advogados e jornalistas.

Entre os jornalistas detidos estão o coordenador do website Oda TV, Dogan Yurdakul, seu correspondente em Ancara, Mumtaz Idil, além de outros jornalistas, disse a NTV. O jornalista Nedim Sener, do jornal diário Miliyet, o de maior tiragem no país, também foi detido em Istambul. Os Estados Unidos expressaram oficialmente preocupações com a liberdade de imprensa na Turquia após uma incursão semelhante contra a Oda TV no mês passado, levando Erdogan a negar que a liberdade de imprensa esteja sob ameaça.

“As detenções dos jornalistas têm apenas um objetivo: silenciar as vozes da oposição que criticam o governo de Erdogan”, disse Akif Hamzacelebi, um político do Partido Republicano do Povo, da oposição. A União Europeia (UE) também tem criticado as detenções de jornalistas na Turquia. A Associação dos Jornalistas da Turquia criticou hoje, em comunicado, as detenções. “A liberdade de imprensa está sob intimidação na Turquia.” As informações são da Associated Press.

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