A polícia russa deteve dezenas de pessoas durante uma manifestação contra o Kremlin, hoje. Entres os presos, estava Lyudmila Alexeyeva, de 82 anos, uma das mais respeitadas ativistas pelos direitos humanos do país.
Alexeyeva estava dentre as pessoas que foram vistas sendo colocadas em quatro ônibus quando a polícia interrompeu o protesto numa praça do centro de Moscou. A polícia havia proibido o protesto, afirmando que ele interferiria nas festividades do Ano Novo.
Pequenos grupos de manifestantes gritavam “liberdade” ou “fim ao reino de Putin” antes de serem detidos ou expulsos da praça. Desde que chegou ao poder, dez anos atrás, Vladimir Putin reduziu muitas das conquistas democráticas dos anos 1990.
O protesto foi uma repetição de manifestações realizadas no dia 31 dos meses de julho, agosto e outubro. A data é emblemática, já que o 31º artigo da Constituição russa garante o direito de reunião.
As autoridades da cidade proibiram todas as manifestações e enviaram a polícia para encerrá-las. Mas foi a primeira vez que a polícia deteve Alexeyeva, líder dissidente soviética que continuou a liderar a luta pela democracia e pelos direitos humanos na Rússia. Ela foi uma as agraciadas pelo mais importante prêmio de direitos humanos concedido pela União Europeia.
O líder opositor Eduard Limonov foi detido quando se aproximada da praça, de acordo com os ativistas. Ele passou dez dias na cadeia em novembro acusado de organizar o protesto de 31 de outubro e de resistir à prisão. A manifestação desta quinta-feira foi encerrada uma hora depois de ter começado.
“Eles estão infringindo a lei ao fazer isso”, disse Viktor Shenderovich, conhecido ativista de oposição e comediante político. “Eles estão violando nosso direito constitucional de reunião”.
O porta-voz policial Arkady Bashirov confirmou que os manifestantes foram detidos mas afirmou que os números ainda não estavam disponíveis.