As forças de segurança de Israel começaram nesta quinta-feira (4) a retirar colonos israelenses de um dos mais voláteis focos de violência na Cisjordânia: um edifício disputado, na cidade bíblica de Hebron. Perto de 600 policiais e soldados participaram da operação. Os policiais tomaram o edifício de surpresa e começaram a retirar os 250 residentes um a um. Foram lançados contra eles pedras, ovos e produtos de limpeza. As forças de segurança usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para repelir os assentados.
“Isso é um ato de patifes, judeus despejando judeus de suas casas”, acusou a líder dos assentados Daniella Weiss, falando à emissora Canal 10 TV. Segundo o serviço de resgate, oito pessoas foram feridas, entre eles policiais e assentados. Um assentado tinha ferimentos mais graves e foi levado de ambulância para o hospital.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que o despejo foi ordenado após todas as tentativas de persuadi-los a saírem pacificamente terem fracassado. Mais de dez famílias de assentados ocuparam o edifício em março de 2007 e permaneceram ali, apesar das ordens de despejo.
Os colonos judeus afirmam que se mudaram para o local após comprarem o edifício de um palestino. Os palestinos negam isso e as autoridades israelenses não reconheceram a venda como legal. A Suprema Corte de Israel ordenou que o edifício fosse esvaziado no mês passado. Com a ordem de despejo, aumentou o número de moradores israelenses no edifício, como forma de fortalecer a resistência.
Hebron é o tradicional local onde Abraão foi enterrado. Ele é considerado o patriarca tanto dos judeus quanto dos muçulmanos.