Autoridades gregas esperavam por mais violência nesta terça-feira (9), dia do enterro do jovem morto por policiais no fim de semana. O episódio levou o país aos piores confrontos em suas ruas em décadas. Três noites seguidas de incêndios e saques deixaram lojas e prédios depredados em Atenas e também grandes prejuízos em outras cidades do país. A polícia anunciou ontem à noite que havia feito 89 prisões.
O primeiro-ministro Costas Karamanlis afirmou que os autores da violência serão responsabilizados. “Ninguém tem o direito de usar esse trágico incidente como um álibi para ações de violência bruta, para ações contra pessoas inocentes, suas propriedades e a sociedade como um todo, e contra a democracia”, disse Karamanlis, após uma reunião de emergência com o presidente Karolos Papoulias.
Os distúrbios começaram na noite de sábado após um adolescente de 15 anos ser morto pela polícia de Atenas, no instável distrito de Exarchia. O funeral dele deve ocorrer hoje à tarde, em um subúrbio à beira do mar da capital. Dois policiais foram presos no caso, um acusado de homicídio e o outro, de ser cúmplice.
“Esse país não tem o governo”, criticou o líder dos oposicionistas Socialistas, George Papandreou. “Esse caos…é resultado das decisões e omissões de um governo que tornou-se um perigo para o povo grego.” As cenas de confronto devem piorar mais a imagem do pouco popular governo conservador, abalado por escândalos financeiros e lutando para manter uma estreita maioria de apenas um legislador, no Parlamento de 300 cadeiras.