A polícia italiana prendeu nesta quinta-feira (17) 16 jovens neonazistas, acusados de agressões racistas, durante uma operação no norte do país, na região Trentino-Alto Adige. "Após uma investigação de sete meses, prendemos 16 pessoas nos arredores de Bolzano", declarou uma fonte policial. Os jovens, de 17 a 27 anos, são acusados de incitação à discriminação, ao ódio e à violência racial.
"Também são acusados de participação em ações violentas. Temos testemunhos que relataram que os acusados não só bateram em estrangeiros, mas também nos italianos que os defendiam", acrescentou a fonte.
A operação foi realizada pela polícia central de Bolzano, cujas investigações reconstruíram um quadro hierárquico dentro do grupo, que realizava também precisos rituais simbólicos inspirados no nazismo. O grupo estava em contato com movimentos de extrema-direita ativos na Áustria, Suíça e Alemanha.
Em 2001 e 2006 foram realizadas operações semelhantes que resultaram na prisão de dezenas de pessoas. Alguns jovens foram obrigados a participar de cursos de democracia.
A operação, denominada "Odessa", remete ao nome dado ao plano disposto pelos nazistas com a queda de Adolf Hitler para salvar em outros países os líderes do III Reich. "Trata-se de um fenômeno com uma difusão alarmante que vê implicados jovens e adolescentes de 16 a 22 anos", declarou o procurador de Bolzano, Cuno Tarfusser, sobre "Odessa" que, além dos 16 presos, tem outros 100 investigados.
"É um fenômeno perigoso, por suas formas difundidas de proselitismo. Não se pode fechar os olhos e acreditar que essas coisas não existem, embora demonstrem que há algo que não funciona na sociedade, na família, na escola, nos serviços sociais", acrescentou o procurador.
A operação foi iniciada após uma série de agressões na região da cidade de Merano contra jovens italianos e estrangeiros. Os investigadores chegaram a um grupo que se identifica com a ideologia nazista. A polícia descobriu também formações de extrema-direita locais que falam alemão.
