A polícia francesa tomou as ruas de aproximadamente 60 cidades hoje para protestar contra a violência e o ódio que têm sido direcionados a ela durante as manifestações populares contra as reformas trabalhistas do governo. Em alguns locais, os policiais foram confrontados por outros manifestantes, acusados de eles mesmos instigarem a violência.
Em Paris, algumas centenas de agentes de polícia se reuniram na Place de la République durante o horário de almoço. Em seguida, um número maior de opositores aos protestos chegou ao local entoando gritos como “Todos odeiam a polícia!” e pressionando os policiais que estavam lá. Os oficiais dispararam spray de pimenta para dispersar a multidão. Alguns manifestantes atearam fogo num carro de polícia que estava estacionado numa rua próxima ao local.
Uma das opositoras ao protesto dos policiais, Vanina Giudicelli, disse à Associated Press que a manifestação policial era “uma verdadeira provocação”. “Desde o primeiro protesto (contra as reformas trabalhistas) em março, nós notamos que a polícia gera a violência. Jogam spray de pimenta, nos batem com cassetetes e nos prendem”, disse.
Já o secretário-geral do sindicato dos policiais, Jean-Claude Delage, denunciou uma “escalada da violência” nos protestos dos trabalhadores e disse que algumas pessoas estavam provocando os policiais com coquetéis Molotov e até agredindo-os com barras de ferro.
“Arruaceiros provocam conflitos no meio dos protestos pacíficos. Então é muito complicado para a polícia isolá-los e prendê-los”, explicou Delage.
O presidente francês François Hollande disse ontem que mais de 350 policiais ficaram feridos nos protestos e 60 pessoas foram condenadas em meio aos protestos.
Segundo o diretor geral da polícia francesa, Jean-Marc Falcone, o ódio à polícia vem de uma pequena parcela da população. “Mas esses 10% são muito violentos”. Fonte: Associated Press.