A polícia das Filipinas identificou hoje 161 suspeitos de terem participado do massacre que deixou 57 mortos, entre jornalistas e assessores políticos, durante um comboio eleitoral no mês passado. Este foi o pior caso de violência política no país. Os suspeitos identificados seriam membros de um clã rival, que já acumulava acusações de rebelião e assassinato.
Testemunhas disseram que Andal Ampatuan Jr., descendente do clã, liderou o grupo de milicianos no ataque ao comboio de um rival político em dia 23 de novembro, na província de Maguindanao, sul do país, disse o chefe de polícia nacional Jesus Verzosa.
A polícia disse que os milicianos – todos foragidos, com exceção de dois – foram identificados pelas testemunhas ontem. Seus nomes serão submetidos aos promotores para serem incluídos na lista de acusação e de mandados de prisão.
Fotografias de cerca de 100 novos suspeitos identificados foram colocadas no quartel-general da polícia nacional em Manila. Dos 161 suspeitos identificados pelas autoridades, 100 são milicianos e os demais são integrantes do clã de Ampatuan ou da polícia, Exército ou são funcionários locais que trabalham para os Ampatuans. Cerca de 30 deles foram detidos.
Verzosa disse que as testemunhas disseram aos investigadores que o próprio Ampatuan atirou em algumas das vítimas na localidade de Ampatuan – cujo nome é uma homenagem à sua família, que tem governado a empobrecida província sem sofrer oposição há anos. Os corpos apresentavam ferimentos de bala na boca e no peito e os tiros foram dados à queima-roupa, disse Verzosa.