A polícia espanhola vai começar na terça-feira a retirar informações da “caixa preta” do trem que descarrilou na semana passada, matando 79 pessoas, informou um funcionário judicial nesta segunda-feira. A análise dos dados deve esclarecer por que o condutor não freou antes de entrar numa curva.
O condutor Francisco Garzón Amo enfrenta múltiplas acusações de homicídio culposo pelo pior acidente de trem das últimas décadas. As investigações se concentram cada vez mais no condutor e no fato de ele não ter conseguido frear. A análise da caixa preta pode esclarecer se houve falha mecânica ou técnica.
Os dados começarão a ser analisados sob a supervisão do juiz Luis Alaez, que na noite de domingo indiciou Garzón, mas permitiu que ele fosse libertado sem fiança. Ele deixou o tribunal num carro de polícia depois de escurecer, mas não se sabe para onde foi levado.
Vários jornais espanhóis, dentre eles o El País, informaram nesta segunda-feira que o condutor reconheceu para o juiz que o trem viajava a uma velocidade muito alta. Uma porta-voz do tribunal, que falou em condição de anonimato, disse que não podia dar detalhes sobre o testemunho.
A família real espanhola e importantes políticos devem participar de uma missa nesta segunda-feira em homenagem às vítimas mortas e feridas. Muitas famílias das vítimas também devem participar da celebração, que será transmitida para todo o país pela televisão.
A agência ferroviária espanhola disse que os freios deveriam ter sido acionados quatro quilômetros antes da curva. Uma testemunha que correu para o local após o acidente disse em entrevista, levada ao ar no domingo, que minutos após o acidente Garzón disse que não conseguira frear. A empresa estatal de trens descreveu Garzón como um condutor experiente que conhecia bem o trajeto. Autoridades disseram que 70 pessoas feridas no acidente continuam hospitalizadas, das quais 22 estão em estado crítico. Fonte: Dow Jones Newswires.