Novos confrontos entre a polícia de Uganda e estudantes foram registrados hoje em Kampala, capital do país. Numa província do oeste de Uganda os distúrbios envolveram policiais e partidários da oposição, um dia depois de combates semelhantes terem deixado 57 feridos. Opositores protestam contra o aumento do custo de vida e o que chamam de má governança do presidente Yoweri Museveni. A polícia entrou em confronto ontem com opositores que jogavam pedras em vários subúrbios de Kampala.
Os protestos desta sexta-feira na Universidade de Makerere tiveram início por causa de uma proposta para dobrar o valor das mensalidades, mas alguns estudantes no campus seguravam faixas que pediam que o presidente Yoweri Museveni deixasse o cargo.
A polícia antidistúrbio, apoiada por militares, fez um cerco ao campus universitário, disse um repórter da AFP. Um policial que estava no local disse que cerca de oito mil estudantes, cerca de um quarto do corpo discente, participavam do protesto.
Um integrante da oposição afirmou que a polícia usou gás lacrimogêneo contra centenas de pessoas que participaram de uma marcha em Rukungiri, cidade do oeste do país onde nasceu o líder opositor Kizza Besigye, que ontem levou um tiro no dedo em Kampala. Ele fora detido numa outra manifestação na segunda-feira.
“Eles protestavam contra a forma como o governo tratou Besigye”, afirmou Alice Alaso, secretária-geral do Fórum por Mudanças Democráticas, partido de Besigye, à AFP. Ela também disse que não tinha relatos sobre feridos, mas que a polícia havia espancado os manifestantes.
O ministro de Assuntos Internos de Uganda, Kirunda Kivejinja, acusou a oposição de fomentar os distúrbios para prejudicar a cerimônia de posse de Museveni, marcada para 12 de maio. “O governo está ciente de que alguns líderes políticos querem sustentar uma campanha para prejudicar a cerimônia de posse, embora isso seja contra o desejo do povo. Os ugandenses não querem permitir o uso de meios inconstitucionais para mudar o governo”, disse ele ao Parlamento.
A cerimônia de posse é relativa à eleição de 18 de fevereiro, na qual Besigye perdeu para Museveni pela terceira vez consecutiva. Ele acusou a oposição de querer passar a impressão de que “Uganda é ingovernável” e advertiu que “o governo não vai aceitar esta conduta de quem quer que seja”. As informações são da Dow Jones.
