As autoridades do Camboja esvaziaram o principal ponto de manifestação na capital do país neste sábado, isolando a área com centenas de policiais armados antes de um protesto contra o governo, previsto para este domingo.
Os agentes de segurança fizeram uma operação em torno do Parque da Liberdade, localizado perto de uma zona turística da cidade, um dia depois policiais dispararem e matarem quatro manifestantes em meio a crescente agitação política e trabalhista no país. Entre as tensões está uma série de protestos liderados pela oposição e uma greve nacional que paralisou a indústria de vestuário do Camboja.
Segundo testemunhas, cerca de 100 homens – vestindo com uniformes sem identificação e armados com paus e canos de metal – entraram no parque na manhã de sábado e perseguiram dezenas de monges e civis que haviam se reunido perto de um palco montado pela oposição do Camboja, o Partido de Resgate Nacional.
Mais tarde, policiais uniformizados, muitos deles com cassetetes e escudos, chegaram no local e isolaram vias de acesso ao parque, negando acesso a veículos e pedestres. As autoridades permitiram que as pessoas dentro da área saíssem. Em seguida, dezenas de trabalhadores começaram a derrubar o palco de manifestação da oposição, enquanto helicópteros e caminhões da polícia circulavam pelo parque.
Na região, alguns comerciantes fecharam suas lojas e dezenas de curiosos se aproximaram para observar a ação da polícia.
O partido de oposição havia planejado uma manifestação em massa no parque para este domingo, como parte de novos protestos para contestar os resultados das eleições em julho e para pedir o fim do regime de 28 anos do primeiro-ministro Hun Sen. Não ficou claro se a oposição ainda tentará uma demonstração após a ação da polícia.
Os oficiais da polícia disseram que as medidas de segurança, que envolveram oficiais regulares, policiais militares e esquadrões de choque, tinham como objetivo evitar mais tumultos após as mortes de sexta-feira.
“Há anarquistas envolvidos nos protestos, que estão afetando a ordem social e a segurança. Nós não podemos permitir que isso continue”, disse Keat Chantharith, porta-voz do Comissariado Nacional de Polícia. “Nós respeitamos os seus direitos, mas eles não respeitam a lei”. Fonte: Dow Jones Newswires.