A polícia do Camboja abriu fogo contra um protesto de trabalhadores do setor têxtil na periferia da capital do país, Phnom Penh. A política militar primeiro fez disparos de alerta para o alto e, em seguida, atirou contra os manifestantes, deixando várias pessoas feridas.
Um fotógrafo da Associated Press e trabalhadores de direitos humanos disseram que a polícia disparou com rifles AK-47 depois de centenas de trabalhadores bloquearem uma estrada ao sul da capital. Antes da reação da polícia, os manifestantes atearam fogo a pneus e atiraram objetos contra as forças de segurança.
Chan Soveth, do grupo de direitos humanos Adhoc, disse que uma pessoa morreu e pelo menos cinco ficaram feridas, mas a morte não pode ser imediatamente confirmada por oficiais ou autoridades médicas.
Os trabalhadores fazem parte de uma greve geral que demanda dobrar o salário mensal para US$ 160, mas a oferta do governo é por um salário de US$ 100 por mês. Cerca de 500 mil cambojanos estão empregados na indústria têxtil, o maior setor exportador do país.
Um dia antes da manifestação, soldados do Camboja reprimiram um outro protesto de trabalhadores detendo monges budistas e líderes trabalhistas.
Os conflitos ocorrem em meio a um período de estresse político. O Partido Nacional de Resgate do Camboja protesta diariamente para que o primeiro-ministro, Hun Sen, deixe o cargo e convoque novas eleições. Hun Sen, no poder há 28 anos, venceu as eleições de julho, mas a oposição, liderada por Sam Raisny, acusa o primeiro-ministro de fraudar o processo eleitoral. Fonte: Associated Press.