Polícia detém 2 suspeitos de participação em ataques em Copenhague

Dois homens suspeitos de ajudar o atirador que realizou dois violentos ataques no final de semana em Copenhague, capital da Dinamarca, participaram de uma audiência num tribunal nesta segunda-feira.

O advogado de defesa de um dos suspeitos disse que a dupla é acusada de ajudar o atirador a fugir e de se livrar da arma usada pelo atirador durante a caçada que terminou na manhã de domingo, quando o jovem que realizou os ataques foi morto num tiroteio com a polícia.

Duas pessoas foram mortas nos ataques do final de semana. Uma delas era um cineasta dinamarquês que participava de um evento que discutia liberdade de expressão; a outra um segurança que foi alvejado na cabeça do lao de fora de uma sinagoga em Copenhague. Cinco policiais ficaram feridos durante os ataques.

As autoridades descreveram o atirador como um dinamarquês de 22 anos com histórico de violência e ligação com gangues. Os serviços de segurança da Dinamarca disseram que ele pode ter se inspirado nos ataques terroristas realizados por extremistas islâmicos em Paris em janeiro, que deixaram 17 vítimas mortas.

A bandeira dinamarquesa estava a meio mastro em prédios públicos nesta segunda-feira em toda a capital. Várias pessoas depositaram flores e velas no centro cultural onde o cineasta especialista em documentários Finn Noergaard, de 55 anos, foi morto, e na sinagoga onde Dan Uzan, segurança de 37 anos, foi assassinado a tiros. Havia também uma quantidade menor de flores no local onde o atirador foi morto.

A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, e seu homólogo sueco, Stefan Löfven, devem se juntar às milhares de pessoas esperadas para um evento em memória das vítimas na noite desta segunda-feira.

Os dois supostos cúmplices compareceram a uma audiência a portas fechadas, realizada nesta segunda-feira, e acusados de “ter ajudado uma pessoa relacionada a ataques com arma”, informou a polícia.

Michael Juul Eriksen, advogado de defesa de um dos dois homens, disse aos jornalistas que os dois negam as acusações de terem abrigado o atirador e desaparecer com a arma usada nos ataques. O juiz da audiência vai determinar se os dois permanecerão sob custódia da polícia.

A Dinamarca tem registrado uma série de tentativas de ataques terroristas desde a publicação, em 2005, de 12 caricaturas do profeta Maomé no jornal Jyllands-Posten. A publicação dos desenhos provocou manifestações em vários países muçulmanos e militantes islamitas pediram vingança. Para os muçulmanos, a representação gráfica de Maomé é considerada ofensiva para alguns ramos do islamismo.

Um dos participantes do evento sobre liberdade de expressão, atacado no sábado, era o sueco Lars Vilks, que fez caricaturas do profeta em 2007. Vilks, que foi retirado do local por seus guarda-costas e não sofreu ferimentos, disse à Associated Press que acha que ele era o alvo do ataque.

Outros participantes disseram que se jogaram no chão procurando lugares para se esconder, assim que os disparos tiveram início. O atirador não chegou a entrar no centro cultural, mas fez diversos disparos contra o prédio durante tiroteio com a polícia.

Líderes mundiais, dentre eles o primeiro-ministro britânico David Cameron, a chanceler alemã Angela Merkel e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenaram os ataques.

O presidente francês François Hollande visitou a embaixada dinamarquesa em Paris no domingo e a prefeita da capital francesa Anne Hidalgo estava em Copenhague nesta segunda-feira para demonstrar solidariedade.

“Os ataques terroristas têm a mesma causa em Paris e em Copenhague”, declarou Hidalgo. “Nossas cidades são símbolos da democracia, Paris e Copenhague. Estamos aqui e não temos medo”, declarou ela. Fonte: Associated Press.

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