Manifestações

Polícia de Hong Kong reprime manifestantes pró-democracia

O confronto entre a polícia de Hong Kong e ativistas pelo controle de um túnel próximo à sede do governo local despertou a raiva da população da cidade nesta quarta-feira (15). Alguns dos policiais foram vistos chutando um manifestante algemado, em um dos piores casos de violência nas ruas desde que os protestos em favor da democracia começaram.

A operação policial teve início horas após um grupo de manifestantes montar barricadas na passagem subterrânea, para expandir a zona de protesto. Os agentes de segurança, então, derrubaram ativistas, arrastando dezenas deles pelo chão, e destruíram os bloqueios.

Segundo o porta-voz da polícia, Steve Hui, os manifestantes estavam perturbando a ordem pública e se reunindo ilegalmente. Hui afirmou que cinco policiais ficaram feridos na ação e que 45 integrantes do protesto foram detidos, mas sem serem machucados.

Apesar da versão oficial, a tática policial agressiva foi registrada e divulgada em uma rede de TV local. As imagens mostram um manifestante sendo levado a um canto escuro e chutado repetidas vezes no chão. Não há detalhes sobre o que motivou a agressão, mas a emissora Now transmitiu um vídeo da vítima atirando água em policiais antes de ser espancado.

“A polícia de Hong Kong enlouqueceu hoje, realizando sua punição por conta própria, em privado”, afirmou o congressista Lee Cheuk-yan, que é pró-democracia. Em resposta à agressão, Hui disse que sete oficiais foram afastados e que as autoridades irão investigar o caso de modo imparcial.

Nesta quarta-feira, o governo central da China emitiu sua pior mensagem de condenação aos protestos. Em editorial no Diário do Povo, Pequim caracterizou a manifestação como ilegal, ruim para os negócios e contrária aos interesses de Hong Kong.

“Os fatos e a história nos dizem que atos radicais e ilegais que conseguiram o que queriam só resultam em mais atividades ilegais e severas, exacerbando a desordem e o tumulto”, diz o documento. Pequim tem demonstrado uma impaciência crescente com as manifestações, que representam o maior desafio a sua autoridade desde 1997, quando o país tomou controle da ex-colônia britânica. Fonte: Associated Press.

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